Aconselhando sobre uma falha que não conheço
“Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: ‘A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara’”.
Mateus 9:35-38
Eu gosto muito desse texto. O que mais me chama atenção nele diz respeito à atitude de Jesus ao olhar para a multidão. Jesus teve compaixão daquelas pessoas, porque Ele via além do que os olhos humanos conseguem capturar. Por ver o coração das pessoas, sabia a real condição na qual cada uma delas se encontrava e teve compaixão. Não só isso, mas disse aos discípulos que estivessem atentos às necessidades da seara e clamassem ao Senhor por mais trabalhadores.
Como resposta a orações de muitos irmãos e irmãs desde então, louvo ao Senhor pela oportunidade de servi-Lo no ministério em tempo integral. Uma das áreas em que tenho o privilégio de servir é respondendo as perguntas enviadas ao SuaEscolha.com, uma das nossas ferramentas de evangelismo digital. Lembro de, há algum tempo, admirar o trabalho desse ministério e desejar, silenciosamente ser parte. Até que o convite veio. É uma grande responsabilidade poder me conectar com pessoas que vêm até nós com dilemas e questionamentos profundos, e saber que, ainda que só conheça uma pequena porção do todo, ali compartilhada, preciso sempre ter em mente a mensagem de esperança anunciada por Jesus: o homem é pecador e está separado de Deus, mas Jesus é a solução de Deus para essa condição. Através Dele, e só Dele, é possível conhecer e experimentar o amor e o plano de Deus.
Recentemente, recebi um e-mail que me impactou profundamente. A pessoa em questão, um homem, me disse que estava triste por perceber-se falhando repetidas vezes numa área específica (apesar de não me dizer qual era). Compartilhou sobre o desejo de agradar a Deus e perguntou sobre como vencer aquela luta que, tão dolorosamente, travava. Demorei um tempo para responder. Pensei, orei, e, de modo simples, escrevi-lhe de volta, falando sobre a importância de ter amigos de jornada, pessoas que caminham com você, por perto, aconselhando, orando, apontando para Deus. Dei ênfase no papel da Igreja como comunidade pensada e sustentada pelo próprio Deus. Aconselhei ele a buscar uma Igreja e fazer amizade com outros homens que fossem irmãos na fé e pudessem lhe ajudar, pois ele não deveria passar por aquilo sozinho.
Dias depois, recebi a resposta e me alegrei em saber que aquele homem havia levado a sério aqueles conselhos e já tinha encontrado uma comunidade para fazer parte e estava feliz em ver o agir de Deus através daqueles irmãos. Essa experiência me marcou porque me fez perceber que o que eu posso fazer, muitas vezes, é simples e até mesmo limitado, mas que a mensagem do evangelho, a importância das relações que Deus criou, são muito grandes e poderosas.
Tem sido muito bom poder chegar em muitas cidades e países do mundo através das pessoas que entram em contato conosco e recebem nossas respostas, mas nada se compara com a alegria de sermos participantes da jornada espiritual delas, crendo que, ainda que não tenhamos acesso a elas pessoalmente, um dia estaremos reunidos diante de Deus, O adorando face a face.
