Coronavírus faz igreja realizar batismos online

Pastor Pedrão realiza batizados pela internet desde sábado (4) na Comunidade Batista do Rio Imagem: Divulgação

Quantas cerimônias de batismo você já viu na sua vida? Se você é aquele Assembleiano raiz certamente já participou daquelas cerimônias com todos de branco na beira do rio com o pastor mergulhando os batizando nas águas que correm rio abaixo. Mas se a sua igreja já é um pouco mais moderninha, certamente você já viu várias pessoas “descendo as águas batismais” naquele batistério que (geralmente) fica atrás do púlpito. Mas tenho certeza que você nunca participou de uma cerimônia de batismo online.

Foi o que aconteceu na igreja do Pastor Pedrão (como o pastor Pedro Correia gosta de ser chamado). A pandemia do coronavírus fez com que ele inovasse a maneira de fazer batizados na Comunidade Batista do Rio de Janeiro. Desde o dia 04 de maio as cerimônias de batismo têm sido realizadas pela internet, através de uma plataforma de videochamada online.

O objetivo da inovação é evitar o contato e respeitar orientações de isolamento social da OMS (Organização Mundial da Saúde). A cerimônia é quase igual, o que muda é o “mergulho”. Ao invés de mergulhar a pessoa no rio ou batistério, o pastor Pedrão joga água em um monitor onde o cristãos que está se batizando tem a sua imagem projetada. No outro lado da transmissão, o irmão que está se batizando joga um balde d’água na própria cabeça, como pode ser visto na imagem publicada nas redes sociais da igreja.

 

Como não poderia deixar de ser, a inovação proposta pela Comunidade Batista do Rio de Janeiro enfrentou críticas no segmento cristão. Diante das críticas, Pedrão cita a Bíblia e dá de ombros para as críticas.

Enquanto pastor, zelo pela vida das minhas ovelhas. Não posso expor ninguém. Cancelei os cultos presenciais assim que o fim das aglomerações foi recomendado. Dias depois, soube que o pai de uma pessoa que seria batizada na igreja estava com covid-19. Imagine se ele contaminasse cem pessoas? Meu papel é defender o isolamento social

Os cultos online, que passaram a ser realizados há duas semanas, também se mostram efetivos.

“Quando realizados presencialmente, temos 700 pessoas aglomeradas, coladas umas nas outras na igreja. Nosso último culto online, teve 4.000 espectadores”, afirma dando a entender que o número de fiéis tem aumentado nesses tempos de epidemia.

Críticas de outros pastores geram preocupação

Se as críticas relativas à discordância com a conduta de Jair Bolsonaro não o incomodam, o mesmo não pode ser dito de comentários vindos de outros pastores. Apesar de ser preocupar com as possíveis críticas, Pedrão se diz preparado para quem possa “torcer o nariz” para a inovação.

“Na Grande Comissão, Jesus disse que ‘temos que ensinar, batizar e evangelizar’. Temos cultos online só por um motivo: temos pessoas querendo ser batizadas, dentre elas, pessoas do grupo de risco. Eu até poderia realizar um batizado presencial por vez, sem promover aglomerações e resguardar essas pessoas. Mas, nesse caso, estaria dando um péssimo exemplo”, explica.

“Eu sei que vai ser babado, que vai ter gente falando pelos cotovelos, mas eu tenho a carcaça preparada para isso. Sou descolado na forma, mas conservador nos costumes. Não faço nada que agrida alguém”, resume.

De acordo com a Comunidade Batista do Rio, já foram realizados 18 batismos virtuais. A doutrina da igreja prega que “o batismo na religião evangélica corresponde ao momento em que o fiel assume publicamente ser um seguidor de Jesus e morre para uma vida de pecados. Ao passar pelo batismo, essa pessoa ressuscita para uma vida em Cristo. Assim, tornando-se membro da nossa igreja”, explica o pastor Pedrão.

E você? O que você acha desta inovação? É por aspersão ou por imersão?

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