Evangelismo

Nem Vingadores, nem Titanic: o filme mais visto do mundo é o nosso!

As 10 maiores bilheterias da história são fichinhas comparadas ao “Filme Jesus”

Esqueça “Star Wars”. Esqueça Titanic, Vingadores, Avatar ou Veloses e Furiosos. As 10 maiores bilheterias da história do cinema são fichinhas se comparados ao “Filme Jesus”, que segundo o Guinnes Book já foi visto mais 2 bilhões de vezes. Ficou surpreso? Nós também. 

O Filme ‘Jesus’ foi traduzido para +2021 línguas com estimativa de ter sido visto por mais de 1 bilhão de pessoas. No Brasil está disponível para 35 dialetos nacionais, incluindo xavante, guarani, yanomami e etc.

Muito mais que um filme

 

Não há palavrões. Não há cenas de sexo. Há alguma violência, mas faz parte integrante do enredo. E acaba com um final feliz. Mas as semelhanças com Hollywood param por aí. Não há encanto sedutor, não há estrelas e, certamente, não há Angelina Jolie.

À primeira vista, “Jesus”, ou o “Filme Jesus” como passou a ser conhecido, é um candidato improvável ao título de filme mais visto e mais traduzido de todos os tempos. Filmado em Israel na Terra Santa e com um Jesus britânico, é provavelmente a documentação mais sóbria do Evangelho de São Lucas, com produção datada no ano de 1979.

Mas como é que, tendo feito praticamente nenhum sucesso nos cinemas do Ocidente o Filme Jesus conseguiu ter um público mundial tão avassalador? E como é que foi traduzido para – inacreditáveis – de 2021+ línguas e dialetos, entre os quais falados no Brasil como xavante, yanomami, guarani e etc?

 

Apresentação do Filme Jesus em aldeia no interior da África

 

A resposta a esta pergunta se encontra no trabalho de uma organização missionária chamada Cru Internacional (Campus Crusade for Christ). Financiada exclusivamente por apoiadores, a Cru envia equipes por todo o mundo, mesmo onde não são particularmente bem-vindos. Estas equipes gravam novas traduções do filme, organizam sessões para multidões curiosas em cinemas improvisados e distribuem cópias a todos que puderem alcançar.

Inicialmente a Cru concentrou seus esforços no nos cantos mais longínquos do mundo, deixando o Ocidente um pouco de lado. Somente a partir da década de 2000 a organização começou a realizar campanhas massivas na América, como na campanha em que enviou cópias em VHS para quase todas as famílias norte-americanas. No mercado de vídeo e TV, o filme já foi distribuído por gigantes como Waner Bros., RCA, Intercontinetal, Columbia, Warner Home Video, TBN (USA) e HBO.

 

Um objetivo ainda mais ousado: todas as línguas do mundo

 

O principal objetivo da Cru é fazer uma tradução para cada língua. Com cerca de 7000 línguas no planeta, ainda tem algum caminho a se percorrer.

Anúncio polêmico na guerra

 

Outros objetivos da organização já causaram polêmicas no passado. Logo após a guerra do Iraque, por exemplo, todos os visitantes do site visualizavam e uma publicidade convidando seus visitantes a “Enviar VHS de ‘JESUS’ para o Iraque”. E para ajudar a falar especificamente aos muçulmanos, a organização recorreu a uma nova e potente ferramenta.

Em vez de abordar as diferenças entre o Cristianismo e o Islã, o projeto fez um novo filme de 15 minutos, que realçava as suas semelhanças, especialmente o ponto comum da história da criação. Segundo afirma o realizador britânico do novo filme, Andi Hunt: “A finalidade do filme foi sempre criar um contexto para a história de Jesus. Jesus está no Alcorão, é uma parte importante da fé islâmica, portanto tomamos um imenso cuidado na introdução do tema em consideração a esses espectadores”.

 

Embora as sensibilidades fossem exacerbadas pela sombra da guerra no Iraque, a estreia do novo filme teve lugar numa aldeia numa zona politicamente volátil – mas firmemente islâmica – do norte do Egito. Os membros do projeto levaram um enorme ecrã, um projetor de 16 mm e muitos folhetos conhecidos como “As 4 Leis Espirituais”, também produzido pela Cru e espalhados por todo o mundo.

O documentarista da BBC Deep Sehgal filmou esta sessão como parte de uma aventura de seis meses para registar o trabalho do projeto. O seu documentário, “Selling Jesus”, fez sucesso no Reino Unido ao ser transmitido pela BBC Four a partir de 2003.

 

Brian Deacon em cena icônica do Filme Jesus

“Os acontecimentos que testemunhamos foram muitas vezes desconcertantes”, afirma ele. “Mas o que mais nos impressionou foi a total normalidade com que os missionários da Cru estavam dispostos a arriscar as suas vidas pelo projeto, ou como eles diziam, por Cristo”.

“Não eram cristãos apenas de nome, com expressões vidradas e banalidades dogmáticas. Eram pessoas dedicadas, atentas e liberais que acreditam que encontraram por acaso a única grande Verdade e que morrerão pelo seu direito de compartilha-la”.

 

Missionários dispostos a morrer

 

A partir de sua residência na Flórida, Paul Eshleman, líder do Jesus Film Project por décadas, nos confidencia que prefere ser chamado de “seguidor de Jesus” em vez de evangélico. “A palavra ‘evangélico’ está muito carregada de coisas que foram feitas em nome de Cristo e que não nos dão orgulho”, diz ele.Eshleman não se intimida pelo desafio de espalhar o evangelho que acredita.

“As pessoas perguntam ‘por que é que vai para esses lugares tão longínquos?’
É porque essas pessoas não tiveram nenhuma oportunidade. É tudo o que queremos fazer – dar-lhes a oportunidade de ouvir a mensagem de Cristo numa língua compreensível e próxima ao local de onde vivem”.

 

Paul Eshleman discursa sobre povos não alcançados em 2019 no Call2All – Rio de Janeiro

São pessoas como John Meyer, um dos membros da equipe que vai ao campo fazer novas traduções do filme, que põem essa visão em prática – e puseram o filme nos livros dos recordes. “Estou disposto a dar a minha vida por Jesus, se precisar chegar a esse ponto”, disse ele a Sehgal, documentarista da BBC. “Por isso se houver uma gravação num país devastado pela guerra, estou mais do que disposto a ir. Ou a qualquer outro lugar, para ser franco. O que importa é que a mensagem do evangelho seja espalhada”.

 

Adequando-se aos novos tempos: app entrega muito além do filme

 

Para adequar sua estratégia aos novos tempos, a Cru lançou o Jesus Film Media, um aplicativo que conta com todas as versãos do Filme Jesus disponíveis em 1803 línguas. Além disso, há variadas séries de vídeos e curta-metragens evangelísticos para serem compartilhados seguidos de perguntas para estudo em grupo e individual. Conta inclusive com uma versão do filme em formato Mangá japonês chamada “Meu último dia”. Quer conhecer? Você pode baixar o app para IOS ou Android.

 

Este artigo foi escrito originalmente por Giles Wilson para a BBC News Online Magazine.

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