Quê queres que eu te faça?
Essa é, com certeza, uma das perguntas mais poderosas da Bíblia, e não é a toa que ela ficou conhecida como ‘A Incrível Pergunta’. Certamente você conhece essa história, ela está registrada em Lucas 18:35, quando Jesus encontrou um mendigo cego a caminho de Jericó.
Eu mesmo já tive várias experiências incríveis utilizando esta estratégia. Lembro de um taxista na Cidade do México que chorava copiosamente enquanto meu amigo compartilhava sobre a “Incrível Pergunta” com ele. Lembro também de um motorista de Uber nos EUA, de um usuário de crack no portão da UERJ e de tantas outras experiências marcantes que vivenciei usando esta estratégia. A Incrível Pergunta tem sido usada por evangelistas para iniciar conversas espirituais e compartilhar o Evangelho em várias partes do mundo. A história tem um fluxo natural para conversas sobre a fé, ela simplesmente pergunta: “se você estivesse no lugar do cego de Jericó e Jesus te fizesse essa pergunta, o que você responderia a Ele?”
“A Incrível Pergunta é poderosa porque usa as Escrituras, coloca Jesus no centro da conversa e demonstra o quanto o Deus da Bíblia quer te ajudar” diz Keith, um missionário da Cru.
Perguntando nas Redes Sociais
Kejdis, diretor de uma organização missionária no Leste Europeu, é apaixonado por iniciar comunidade missionais em áreas urbanas, mas encontrar pessoas para começar essas comunidades é um grande desafio em sua área. Como quase 80% dos usuários da Internet em seu país – a Albânia – usam o Facebook, ele decidiu testar uma estratégia nessa rede social para ver se a “Incrível Pergunta” poderia ajudar sua organização a conectar pessoas a Jesus e, posteriormente, se conectarem a uma igreja local.
“E se houvesse alguém totalmente disposto a resolver seu maior problema? Milhares de pessoas estão encontrando resposta ao responderem a incrível pergunta. Você gostaria de saber mais sobre isso?” Dizia um dos anúncios no Facebook criados pela equipe de Kejdis.
Os anúncios tinham como alvo 3 cidades européias. Se alguém clicasse “sim”, seria redirecionado para um chat privado no Facebook com um clipe do Filme Jesus com um pedido para que escrevessem como responderiam a pergunta de Jesus. Uma equipe de missionários e voluntários respondiam esses comentários, oravam pelas pessoas e interagiam com os interessados e, eventualmente, desafiavam os que oravam recebendo à Cristo a participar de uma igreja local.
Essas conversas eram iniciadas por chatbots, que eram programados para comunicar, coletar informação e construir personas. Os missionários e voluntários usavam o Facebook Messenger, com ajuda do chatbot, para se comunicar, principalmente porque bots alcançam melhores resultados se comparados a emails.
Esse projeto correu por duas semanas como um teste para ver se o Facebook poderia ser usado para plantação de igrejas. Durante o período de duas semanas, um investimento de US$271 no Facebook Ads alcançou mais de 200.000 pessoas, sendo que quase 7.000 pessoas assistiram ao vídeo. A campanha resultou em mais de 3.600 “inscritos”, pessoas que estavam curiosas para aprender mais foram identificadas e deram acesso contínuo aos missionários para permanecer em contato.
Oração foi uma parte integral deste processo. Uma equipe de oração foi mobilizada para orar por cada pedido que chegava. A todo momento que alguém dizia o que gostaria que Jesus fizesse, alguém intercedia, pedindo a Deus que fizesse aquilo. Além disso, cada missionário e voluntário que respondia as mensagens começavam orando pela pessoa. Após a campanha, alguns dos inscritos retornaram animados contanto que as orações foram respondidas.
O que eles queriam de Jesus
As coisas que as pessoas pediam eram bem variadas. Muitos buscavam respostas sobre Deus e fé. “Preciso saber a verdade absoluta sobre Deus para que eu não tenha mais dúvidas sobre quem Ele é”, disse uma pessoa. “Eu gostaria de ter fé”’, disse outra. Outros eram mais pragmáticos. “Cure-me do meu reumatismo. Tenho sofrido por 5 anos com essa doença”, disse alguém.
Esta pessoa com reumatismo acabou aceitando se encontrar com Kejdis para um café. Durante o encontro, ele compartilhou que seus pais seguiam a religião dominante no país, mas ele não acreditava em Deus. Ao longo das conversas, entretanto, esse homem decidiu seguir a Cristo e agora faz parte da igreja de Kejdis.
Expandindo a estratégia
Depois de ver os belos frutos desse projeto de duas semanas, a equipe agora quer expandir a estratégia pelo Leste Europeu. “Há muitas oportunidades online”, diz o plantador de igreja Rudina. “Eu espero que isso encoraje as pessoas a ver o mundo digital como um campo missionário”.
